A violência entre jovens na faixa etária de 15 anos aos 24 anos cresceu no per íodo 1998/2008. Nesta década, enquanto 1,8% das mortes entre adultos foram causadas por homic ídios, no grupo jovem a taxa chegou a 39,7%. Este é apenas uma das informações contidas na pesquisa “;Mapa da Violência 2011 -; Os jovens do Brasil “;, elaborado pelo Instituto Sangari, em parceria com o Ministério da Justiça. O estudo traz um diagnóstico sobre como a violência tem levado à morte brasileiros, especialmente os jovens, nos grandes centros urbanos e também no interior do pa ís.
O estudo coordenado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz servirá de subs ídio a pol íticas públicas de enfrentamento à violência. Esta pesquisa, que tem como fonte os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, aponta o crescimento das mortes de jovens por homic ídio, acidentes de trânsito e suic ídio.
Trata-se de uma minuciosa radiografia da evolução da mortalidade no Brasil com parâmetros estabelecidos pelas Organizações Pan-Americana de Saúde (OPS) e Mundial de Saúde (OMS). A pesquisa apurou informações no âmbito nacional e também aponta o cenário que inclui as grandes regiões, os 27 estados, 10 regiões metropolitanas, 27 capitais e 5.564 munic ípios.
Os resultados do “;Mapa da Violência 2011″ são debatidos seminário “;Juventude, Prevenção da Violência e Territórios da Paz “;, aberto nesta quinta-feira (24/2), em Bras ília, pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O evento termina amanhã (25/2) resultada de iniciativa do governo brasileiro, por meio do Ministério da Justiça em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Este projeto, que incluiu diferentes levantamentos, foi realizado pelo FBSP no per íodo de janeiro de 2009 a fevereiro de 2011 com recursos do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). A iniciativa do governo federal oferece subs ídios para a formulação de pol íticas públicas de prevenção da criminalidade entre adolescentes e jovens, além de construir referenciais metodológicos para auxiliar nas intervenções do poder público em territórios com elevados n íveis de violência.
O mapa da violência
Segundo a pesquisa, a proporção de jovens no Brasil já foi maior há algumas décadas: “;…para o ano de 2008 o pa ís contava com um contingente de 34,6 milhões de jovens na faixa dos 15 aos 24 anos de idade. Esse quantitativo representa 18,3% do total dos 189,6 milhões de habitantes que a instituição projetava para o pa ís. A proporção já foi maior. Em 1980, existia menor quantidade absoluta de jovens: 25,1 milhões mas, no total dos 118,7 milhões de habitantes, representavam 21,1% “;.
O documento relata ainda que os jovens da década de 80 tinham as epidemias e doenças infecciosas como as principais ameaças às suas vidas. Atualmente, essas causas foram substitu ídas pelas chamadas “;causas externas “; representadas, principalmente, pelos acidentes de trânsito e homic ídios. Esses fatores externos têm números alarmantes se ligados à população jovem:
“;Em 1980, as ‘causas externas’ já eram responsáveis por aproximadamente a metade (52,9%) do total de mortes dos jovens do pa ís. Vinte e oito anos depois, em 2008, dos 46.154 óbitos juvenis registrados no SIM/SVS/MS, 33.770 tiveram sua origem em causas externas, pelo que esse percentual elevou-se de forma drástica: em 2004, quase ¾ de nossos jovens (72,1%) morreram por causas externas. “;
O estudo informa ainda que 62,8% das mortes de jovens em todo o pa ís ocorreram por homic ídios, acidentes de transportes e suic ídios. O mesmo documento aponta que, em 2004, foi detectada queda expressiva, por dois anos consecutivos, nosíndices de homic ídios e atribui essa baixa significativa ao “;Estatuto e à Campanha do Desarmamento “; lançados naquele ano.
Alguns estados também tem reduzido a média de homic ídios nas respectivas regiões, com tendência a diminuir seusíndices, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, enquanto Pará, Alagoas e Goiás praticamente dobraram os seus números. A pesquisa sugere que essa inversão nosíndices dos estados possa ter sido provocada pelo Plano Nacional de Segurança Pública e pelo Fundo Nacional de Segurança que canalizaram seus recursos para o aparelhamento das regiões de maior incidência, o que dificultou a ação e provocou a migração para locais de menor risco, provocando o aumento de homic ídios na região.
Alguns acontecimentos observados em pesquisas anteriores continuam intactos como a quase totalidade das v ítimas de homic ídios ser do sexo masculino e ainda os elevados n íveis de v ítimas de cor preta nesses casos, morrendo mais que o dobro de cor branca.
Fonte: Blog do Planalto