Lucros crescem 20,11% no 1º semestre e bancos têm de pagar PLR maior

Os seis maiores bancos que operam no Brasil lucraram R$ 25,9 bilhões no primeiro semestre de 2011, segundo levantamento da Subseção Dieese da Contraf-CUT. Esse ganho estrondoso significa um aumento de R$ 4,3 bilhões em relação ao mesmo per íodo do ano passado, um crescimento médio de 20,11%.
Confira na tabela abaixo:

Lucro l íquido dos 6 maiores bancos (em R$ Mil)

Banco

Junho

Variação

2010

2011

Percentual

Absoluta

Banco do Brasil

5.076.256

6.289.715

23,90%

1.219.459

Caixa

1.667.684

2.274.308

36,38%

606.624

Bradesco

4.508.024

5.487.428

21,73%

979.404

Itaú Unibanco

6.399.142

7.132.508

11,46%

733.366

Santander (IFRS)

3.529.251

4.153.914

17,70%

624.663

HSBC

424.242

611.990

44,25%

187.748

Total

21.604.599

25.949.863

20,11%

4.345.264

Fonte: Demonstrações contábeis dos bancos.

Elaboração: Dieese Subseção Contraf-CUT/SP.

Bancos não querem pagar PLR maior
“;Os bancos não querem elevar a distribuição da PLR aos bancários, apesar do aumento nos lucros, desrespeitando assim quem produz esses ganhos bilionários “;, declara o presidente do Sindicato dos Bancários de Piracicaba e região, José Antonio Fernandes Paiva. A última proposta da Fenaban, rejeitada pelas assembleias dos bancários em todo pa ís, prevê apenas reajuste de 8% sobre o modelo de PLR do ano passado, que estabelece uma regra básica e uma parcela adicional. “Isso significa um aumento real de somente 0,56%, distante do crescimento médio de 20,11% dos lucros dos bancos”, compara.
A reivindicação de PLR dos bancários é o pagamento de três salários mais R$ 4.500 para cada funcionário. “;Com esses lucros exorbitantes, os bancos precisam fazer uma proposta decente para os bancários, com remuneração digna, e aumento real “;, destaca Paiva.
Mas bônus dos executivos não param de crescer
Já os altos executivos dos bancos ganharam aumentos expressivos de remuneração anual. A maior alta foi no Bradesco. O conselho de administração, que havia faturado R$ 18,5 milhões em 2009, recebeu R$ 32 milhões no ano passado – um acréscimo de 72,9%.
O presidente do Bradesco, Luiz Trabuco, recebeu do banco em 2010 em salários e bônus a impressionante quantia de R$ 10,4 milhões, conforme a Folha de S.Paulo. Já o bancário do Bradesco que recebe o piso da categoria acumulou cerca R$ 26,4 mil no per íodo, inclu ídos a PLR, vale refeição e cesta- alimentação. O maior executivo do banco recebeu, assim, 394 vezes mais que os funcionários com os menores salários do banco.
O Itaú Unibanco não divulgou à CVM o valor dos rendimentos do presidente, Roberto Setúbal, em 2010. No entanto, segundo o DCI, o banco destinou para o pagamento da diretoria estatutária o montante de R$ 87,6 milhões em 2010. Dessa forma, cada um dos 15 diretores recebeu média de R$ 5,84 milhões no ano, ou seja, 221 vezes a mais do que o piso do bancário, incluindo PLR e tickets.
No Santander, a assembleia de acionistas de 2010 aprovou uma remuneração anual de R$ 246,56 milhões para 48 diretores e 9 membros do conselho de administração, média de R$ 5,136 milhões por executivo – 194 vezes mais que o estimado para um bancário que recebe o piso da categoria, inclu ídos PLR e tickets.
O Banco do Brasil divulgou o salário do presidente Aldemir Bendine: R$ 800 mil em 2010, um valor 26,6 vezes maior que o ganho aproximado de um funcionário do BB que recebe o piso, inclu ídos PLR e tickets.
O Brasil vem crescendo economicamente, já é a sétima maior economia do mundo, mas ainda se encontra entre os dez pa íses mais desiguais.
PLR aos aposentados e para todos os afastados
O Comando Nacional dos Bancários também reivindica o pagamento da PLR aos aposentados e para todos os afastados por acidente ou doença originada de trabalho.
“;As instituições financeiras precisam valorizar os seus aposentados, que muito edificaram para a grandeza dos bancos “;, justifica Paiva. “;Os bancários que adoeceram e se encontram afastados há mais de um ano por motivos relacionados ao trabalho, não podem continuar sendo discriminados na hora do pagamento da PLR “;, salienta o presidente Paiva.
PLR proporcional para quem foi dispensado ou pediu demissão
Além de cobrar dos bancos PLR maior para todos os funcionários na ativa, o Comando Nacional dos Bancários quer também o pagamento de PLR proporcional aos meses trabalhados para todos os que foram dispensados ou pediram demissão ao longo do ano.
Trata-se de uma reivindicação justa, que já está sendo reconhecida pela Justiça do Trabalho. Em ação movida pelo Sindicato dos Bancários do ABC, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo condenou o Bradesco a pagar a um ex-funcionário que pediu demissão a PLR proporcional ao per íodo de trabalho no último ano, cujo contrato foi rescindido no dia 30 de setembro de 2010.
Fonte: Contraf-CUT

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