Lançamento do Jornal da Mulher Bancária e debate com Deise Recoaro abre a Semana da Mulher

Foi aberta oficialmente nesta segunda-feira, 5, as festividades em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. O Sindicato dos Bancários de Piracicaba e região realiza todos os anos a Semana da Mulher com vários eventos com o objetivo de celebrar a importância da mulher no mercado de trabalho e no cotidiano.
Este ano o Sindicato dos Bancários juntamente com a Contraf-Cut fizeram o lançamento do Jornal da Mulher Bancária. Este jornal tem como objetivo mostrar as lutas e as conquistas das mulheres durante os anos, além de mostrar por meio de pesquisas que mulher ainda é muito discriminada no meio profissional, as mulheres ganham menos, atendem mais clientes, são menos promovidas, tem mais escolaridades e tem vida curta nos bancos.
Além do lançamento do Jornal da Mulher Bancária, o Sindicato dos Bancários promoveu um debate como o tema: “;Unir e Debater para Avançar “;, com a participação da companheira Deise Recoaro que é Coordenadora da Mesa Temática da Comissão de Gênero, Raça, Orientação Sexual e Deficiente F ísico da Contraf-Cut. O presidente do Sindicato dos Bancários e vereador José Antonio Fernandes Paiva abriu os trabalhos dizendo da importância da mulher na vida profissional, pol ítica e sindical. E se referiu as mulheres presentes ao debate dizendo “;como é bom debater com um público de mulheres de qualidade e com intervenção pol ítica “;, disse Paiva.
Deise Recoaro falou sobre o lançamento do Jornal da Mulher Bancária, “;eu não tinha visto impresso, como ficou lindo o trabalho, é um filho que nasceu “;, fez referência em relação à construção do jornal.
Um dos temas abordados no debate é a Relação Compartilhada e igualdade de oportunidades para homens e mulheres com responsabilidades familiares. “;Tem que haver um equil íbrio entre o trabalho e as responsabilidades familiares, para que não haja conflitos entre as pessoas e isso tem sido um desafio constante “;, enfatizou Deise Recoaro.
“;O desiquil íbrio entre as atividades profissionais e familiares afeta particularmente as mulheres “;, disse Deise após a exibição do v ídeo “;The Impossible Dream “;, o v ídeo retrata o acumulo de função que a mulher desenvolve durante o dia a dia, e no final ela sonha com a possibilidade do marido ajuda-la nos deveres da casa.
O que vemos então é que a mulher tem dupla jornada de trabalho, além de exercer suas funções como profissional tem que fazer as atividades do dia a dia em casa.
O movimento sindical bancário foi pioneiro em evidenciar tais contradições e levando o debate para os trabalhadores já em 2001, com a publicação da Cartilha Relações Compartilhadas -; Um Outro Mundo é Poss ível, feita pela então Confederação Nacional dos Bancários (CNB).
Deise Recoaro falou também sobre a discriminação da mulher no mercado de trabalho. Nos bancos as mulheres ocupam 48,48% do total de postos de trabalho, sendo que em bancos públicos elas representam 42,97% e os privados 53,05%. As mulheres que trabalham nos bancos tem maior n ível de escolaridade do que os homens: 71,67% das bancárias tem curso superior completo, contra 66,52% dos trabalhadores do sexo masculino. Mesmo assim as mulheres ganham média 24,10% a menos que os homens, de acordo com o levantamento do Dieese.
A perspectiva de carreira da mulher também é menor que a dos homens. As mulheres são maioria nas faixas de idade entre 17 a 39 anos. A partir dos 40 anos, tornam-se minoria. Os dados revelam que os homens chegaram ao final de três décadas ocupando cerca de 17 mil vagas, quase o triplo dos 6 mil postos de trabalho das mulheres com mesmo tempo de casa. As mulheres também têm dificuldades de serem promovidas e de terem acesso a cargos de maior prest ígio e remuneração.
A discriminação também ocorre em relação à mulher negra, pois ela sequer tem acesso ao emprego na mesma proporção que outros setores. Nos bancos, apenas 8 em cada grupo de 100 trabalhadoras são negras, de acordo com o Mapa da Diversidade de 2009.
No per íodo da noite, Deise Recoaro usou a Tribuna Popular da Câmara de Vereadores de Piracicaba, para explanar o cotidiano da mulher, e a discriminação no mercado de trabalho, e disse também que cada cidade tem que ter pol ítica social para que a mulher seja respeitada em todos os aspectos, seja no trabalho ou dentro de sua própria casa.

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