Greve nacional completa 10 dias, fecha 8.758 agências e cobra negociações

A greve nacional dos bancários completou 10 dias nesta quinta-feira, 6. O movimento cresceu e paralisou 8.758 agências e vários centros administrativos de bancos públicos e privados em todos os 26 estados e no Distrito Federal. O balanço foi feito pela Contraf-CUT, a partir dos dados enviados pelos sindicatos até as 18h.
Na base de Piracicaba a greve se mantém forte, e já atingiu 16 cidades com 104 agências paralisadas, totalizando 84% dos bancários parados. Na cidade de Piracicaba não é diferente 47 agências estão paralisadas, totalizando 87% dos bancários parados. “;Nos últimos 20 anos é a maior paralisação da categoria “;, declarou José Antonio Fernandes Paiva, presidente do Sindicato dos Bancários de Piracicaba e região. “;A culpa da greve é de exclusividade dos bancos, que permanece em silêncio, se recusando a retomar o diálogo com o Comando Nacional e apresentar uma proposta decente “;, concluiu.
A Fenaban ainda não respondeu à carta enviada na terça-feira, 4, pela Contraf-CUT cobrando a retomada das negociações.
Os bancários entraram em greve no dia 27 de setembro, depois de rejeitarem a proposta de reajuste de 8% feita pela Fenaban na quinta rodada de negociações, que significa apenas 0,56% de aumento real.
Os trabalhadores reivindicam reajuste de 12,8% (aumento real de 5% mais inflação do per íodo), valorização do piso, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), mais contratações, extinção da rotatividade, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, mais segurança, igualdade de oportunidades, melhoria do atendimento dos clientes e inclusão bancária sem precarização, dentre outros itens.
Segundo dados do Dieese, o setor financeiro apresentou o terceiro maior crescimento na economia, comparando-se o segundo trimestre deste ano com o mesmo per íodo de 2010. A intermediação financeira cresceu 4,5% no per íodo, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) do pa ís atingiu 3,1%. “Esse ganho é fruto do trabalho dos bancários, que merecem uma remuneração digna. Além disso, os bancos estão devendo contrapartidas sociais como forma de melhorar a prestação de serviços e contribuir para o desenvolvimento do pa ís”, afirma Cordeiro.
O presidente da Contraf-CUT Carlos Cordeiro, destaca a importância da valorização do piso salarial dos bancários. Dados do Dieese demonstram que o salário de ingresso nos bancos no Brasil é equivalente a US$ 735, mais baixo que o dos uruguaios (US$ 1.039) e quase metade do recebido pelos argentinos (US$ 1.432).
O valor por hora trabalhada também é bastante inferior no Brasil. O piso dos bancários brasileiros é equivalente a US$ 6,1 por hora de trabalho, enquanto os argentinos ganham US$ 9,8/hora, seguidos pelos uruguaios, que recebem US$ 8/hora. Segundo a pesquisa, cerca de 140 mil bancários recebem o piso no Brasil, o que significa aproximadamente 30% ou quase um terço da categoria.
Fotos: Fábio Teixeira

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