Frustração: bancos voltam a dizer que metas não são abusivas

Os bancos começaram a rodada de negociação sobre saúde e condições de trabalho voltando a negar que as metas impostas aos bancários são absurdas. A despeito do grande número de afastados por licença médica, recusaram-se a debater o modo de gestão que privilegia vendas e causa adoecimento, afirmando que a Convenção Coletiva de Trabalho não é lugar para isso.
O primeiro debate entre o Comando Nacional dos Bancários e a federação dos bancos (Fenaban) da Campanha Nacional Unificada 2014 foi iniciado na terça-feira, 19, e se estende até o final desta quarta, 20.
A saúde e as condições de trabalho são prioridades definidas pela 16ª Conferência Nacional dos Bancários. Tanto as pesquisas do Dieese como as consultas dos sindicatos mostram que há muitos trabalhadores adoecendo, usando remédios de tarja preta e até chegando à morte.
O Comando apresentou aos representantes dos bancos os números do INSS mostrando que 18.671 bancários doentes foram afastados do trabalho em 2013, o que representa um crescimento de 41% em relação aos últimos cinco anos.
E as doenças mentais já superam os casos de LER/Dort (Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). Do total de aux ílios-doença acidentários registrados pelo INSS no ano passado, 52,7% tiveram como causas principais os transtornos mentais e do sistema nervoso. Isso significa dizer que, de cada dez bancários doentes, cinco são por depressão. Ao comparar os dados de 2009 até 2013, os casos de doenças do sistema nervoso e transtornos mentais e comportamentais cresceram 64,28%, saltando de 3.466 para 5.694.
Os negociadores dos bancos responderam que a definição de metas faz parte da gestão de cada banco, não cabendo interferência dos trabalhadores. E questionaram os números sobre afastamentos por doenças na categoria, insinuando que estaria havendo fraude por parte dos bancários.
O debate sobre metas abusivas e assédio moral continuará após o próximo dia 25, quando ocorrerá uma reunião do Grupo de Trabalho sobre Adoecimentos, onde os bancos ficaram de apresentar dados sobre os afastamentos por doenças.
RISCO -; Uma mostra da situação nos bancos é o seu enquadramento no risco máximo em relação ao Seguro Acidente de Trabalho. O SAT é uma contribuição que as empresas repassam para ajudar a custear os benef ícios do INSS pagos em função de acidente de trabalho ou doença ocupacional. O valor é referente a um percentual sobre a folha de pagamento, em al íquotas que variam entre 1% e 3% de acordo com o risco de acidentes de trabalho da atividade. No caso das instituições financeiras, 3%, entre as empresas nas quais esse risco é considerado grave.
CALENDáRIO -; O calendário com as novas rodadas de negociação foi fechado no in ício da reunião desta terça-feira. Nos dias 27 e 28 de agosto serão debatidas segurança e igualdade de oportunidades. Em 3 e 4 de setembro será a vez das reivindicações sobre os temas emprego e remuneração, tratando nesses dias especificamente de plano de carreira, cargos e salários (PCCS) e piso. A remuneração continua na pauta nos dias 10 e 11 de setembro, tratando de PLR,índice de reajuste e aux ílios.
Fonte: Contraf-CUT e Sindicato dos Bancários de SP

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