SindBan retarda a abertura de agências do Banco Santander em Piracicaba
Na manhã da quarta-feira, 20 de dezembro, o Sindicato dos Bancários de Piracicaba retardou o horário de abertura de seis agências do banco Santander. O ato aconteceu em consonância com os sindicatos de todo pa ís, e teve o intuito de alertar bancários e a população sobre a aplicação sem diálogo de medidas da Reforma Trabalhista aos funcionários do banco espanhol.
Hoje em todo pa ís foi realizado o Dia Nacional de Luta dos Trabalhadores do Santander Contra a Retirada de Direitos. Esse manifesto é uma reação aos ataques aos direitos dos bancários. De acordo com o Presidente do Sindicato dos bancários, José Antônio Fernandes Paiva, a luta é pelos direitos que os bancários conquistaram muito trabalho e dedicação durante anos de batalhas.
“;O Santander não teve bons resultados em vários pa íses, porém foi o Santander Brasil que conquistou um quarto do lucro global do banco. Nós como movimento sindical não queremos que o banco tenha menos lucro, a nossa intenção é abrir o canal de comunicação e estabelecer o diálogo, que é uma cultura que mantemos desde o tempo do Banespa — banco comprado pelo Santander durante a expansão, por isso estamos realizando essa ação, porque o Santander impõe medidas aos seus funcionários sem uma conversa prévia com o sindicato. O nosso movimento é para que o Santander volte para a mesa de negociação “;, comenta o presidente.
Na atividade foram entregues informativos aos bancários das agências e foi realizada a conscientização dos mesmos sobre a importância deste ato, devido a prepotência do banqueiro do Santander, por atropelar o Acordo Coletivo em diversas cláusulas, e impor medidas da nova lei trabalhista. “;Essa reforma trabalhista é uma encomenda dos empresários e banqueiros ao governo Temer. E nos últimos dias arbitrariamente a diretoria do Santander saiu implantando essas medidas sem uma conversa com o movimento sindical, e sem um franco diálogo com seus funcionários. Mal foi aprovada essa lei, e o banco está impondo essa reforma, por isso realizamos esse ato, que ocorreu a n ível nacional, para alertar aos bancários e para que eles entendam o quanto isso é importante lutar pelos direitos, e o quanto a negociação com o sindicato é necessária “;, afirma a vice-presidente do SindBan, Angela Savian.
As novas pol íticas adotadas pela instituição começam a aparecer logo após uma grande festa de confraternização realizada no in ício do mês. “;O Santander promoveu um pão circo com uma grande festa de fim de ano, e agora simplesmente vem impondo aos seus funcionários uma série de atrocidades. O movimento sindical e os trabalhadores querem respeito, por isso precisamos lutar “;, afirma Angela. Segundo José Fernandes Paiva, o Santander como uma instituição grande, pode sim promover uma bel íssima confraternização aos seus funcionários, mas não às custas de retiradas de direitos de preju ízos aos bancários. “;Não vamos aceitar um pão e circo, o banco de um lado promoveu uma grande festa, e do outro vem cortando postos de trabalho, e além disso, irá alterar a data do pagamento do dia 20 ao 30, promovendo preju ízos aos trabalhadores, e não podemos esquecer outras questões como fracionamento de férias, acordo individual para compensação de horas extras “;, comenta.
Paralisação – Na base do Sindicato, ficaram paralisadas por cerca de uma hora, duas agências do Centro, sendo a agência da Moraes Barros onde trabalham cerca de 40 pessoas; Xv de novembro (20 funcionários) Na Vila Rezende duas agências onde trabalham 19 funcionários e a agência localizada na Carlos Botelho (13 pessoas). Além destas, o SindBan paralisou também a Superintendência Regional do Banco e a agência da Avenida Independência que possuem juntas 22 funcionários.
Medidas adotadas pelo Santander – O Santander implantou recentemente algumas ações entre elas, mudança da data de pagamento dos salários, alterada do dia 20 para o dia 30; alteração dos meses de pagamento do 13º salário que era no mês de março e novembro para maio e dezembro; e adoção do acordo individual de Banco de Horas Semestral. Um dos dados mais preocupantes é o de demissões, desde que foi começou a valer a Reforma Trabalhista, o Banco Santander tem demitido em média 7 bancários por dia no Brasil.
Durante o ato, o Presidente do SindBan, comentou sobre a cultura do assédio que está sendo instaurada no Santander, de acordo com ele o banco espanhol tem lançado mão de uma nova forma de assediar os seus funcionários, o assédio digital “; O banco está obrigando os seus funcionários a terem mais de sete aplicativos no celular, tudo isso com a intenção de controlar os bancários, essa pol ítica tange a privacidade pessoal dos funcionários, que já tem metas que são quase intang íveis, por isso exigimos respeito aos funcionários e clientes “;, completa Paiva.
O SindBan agradece a parceria e companheirismo dos Sindicatos dos Metalúrgicos, Sindicato dos Papeleiros e Sindicato da Alimentação para a realização deste ato.