A Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa denuncia o uso indiscriminado do banco e de seus recursos para as campanhas eleitorais antecipada do presidente da República, Jair Bolsonaro, e do presidente do banco, Pedro Guimarães, o que é il ícito.
A desconfiança começou com o excesso de viagens de Guimarães pelo pa ís. O assunto chegou a ser tema de diversas matérias na grande imprensa. Em quase trinta meses no cargo, o executivo já fez cerca de 100 viagens pelo pa ís.
“;As agendas desses encontros são claras, aproximar-se dos empresários e pol íticos locais. Por ele ser tão próximo do presidente, em quase todos os casos, faz chamada de v ídeo e promessas de investimentos nas regiões. Isso é uma n ítida campanha eleitoral bancada com os recursos da Caixa. Não podemos permitir este absurdo. é capaz até do Pedro estar na chapa do atual presidente “;, afirmou a coordenadora da CEE/Caixa e secretária da Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fabiana Uehara Proscholdt, ao se referir a recente declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, que levantou a possibilidade de o presidente da Caixa ser candidato a vice-presidente da República na chapa de Bolsonaro.
Cachê sigiloso – A desconfiança ganhou ainda mais força com a decisão do governo brasileiro de manter sob sigilo o cachê pago a Andraus Araújo de Lima, o Cuiabano Lima, locutor de rodeios e amigo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), contratado para protagonizar a campanha nacional da Caixa Econômica Federal sobre o Aux ílio Emergencial, que está no ar desde o dia 15 de maio deste ano.
O jornal Brasil de Fato solicitou à Caixa, via Lei de Acesso à Informação (LAI), o valor pago ao locutor de rodeios pela campanha e foi comunicado pela estatal que “;o contrato de direito de uso de imagem prevê o caráter sigiloso do valor do cachê “;.
Na resposta, o banco diz que a decisão é respaldada “;juridicamente em virtude do interesse estratégico relacionado à campanha publicitária realizada. “;
Ainda de acordo com a resposta, o valor do cachê deixará de ser sigiloso 90 dias após a contratação de Cuiabano Lima, mas a Caixa não informa a data exata do acordo. O documento é assinado por Rodrigo Ferreira Vicente, Superintende Nacional de Publicidade e Propaganda da estatal.
Cuiabano Lima havia publicado em seu perfil no Instagram, alguns v ídeos mostrando os bastidores da gravação da campanha. Porém, após a repercussão, o locutor apagou as imagens.
Apuração do Congresso em Foco mostra que, em 2020, Cuiabano Lima recebeu R$ 36 mil para estrelar outra campanha da Caixa, dessa vez sobre a Mega Sena da Virada.
Em seu perfil nas redes sociais, Cuiabano ostenta diversas fotos com Jair Bolsonaro, inclusive na posse do presidente, quando foi convidado para a celebraçãoíntima no Palácio do Planalto, ao lado da fam ília do mandatário.
No Instagram, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, comenta fotos de Valéria Cristina Rodrigues Dacal, companheira do locutor de rodeios.