Em ato com centrais, Dilma reafirma compromisso com trabalhadores

A presidenta Dilma Rousseff voltou a enfatizar as pol íticas sociais implementadas nos últimos 12 anos, inclu ídas as duas gestões de Lula, para demarcar diferenças em relação às candidaturas dos principais adversários, em especial a de Aécio Neves (PSDB). Em discurso para milhares de sindicalistas e militantes no ginásio da Portuguesa, zona norte de São Paulo, na noite de quinta-feira (7), a candidata do PT disse que representa a continuidade de um projeto “que deu ao Brasil presente e futuro”. E identificou o tucano com o passado.
“Esse projeto mostrou que era poss ível, sim, desenvolver o pa ís e ao mesmo tempo distribuir renda. Nós soubemos fazer o que eles não souberam. Eles quebraram três vezes o pa ís”, afirmou, referindo-se a idas do Brasil ao Fundo Monetário Internacional (FMI). “Levaram o Brasil ao desemprego e ao arrocho salarial”, acrescentou.
A exemplo do que enfatizou na plenária da CUT, realizada no in ício do mês, Dilma disse que não foi eleita nem será reeleita para reduzir empregos, direitos e salários. “Eu não sirvo para isso. Eu tenho um lado. Garantimos (os governo de Lula e o dela) que o Brasil jamais jogaria outra vez nas costas dos trabalhadores qualquer problema econômico que tivesse de enfrentar.”
Ao citar bordões das campanhas vitoriosas de 2002, 2006 e 2010, ela sugeriu um novo slogan para este ano. “A verdade vai vencer o pessimismo, as falsidades e a desinformação”, afirmou, para logo em seguida receber de representantes de seis centrais um documento de apoio e de reivindicações. Participaram do ato dirigentes de CSB, CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central e UGT.
Primeiro orador da noite, o presidente da CSB, Antônio Neto, fez referência a “ataques” ao governo e a direitos trabalhistas. E afirmou que existem “muitos Lacerdas reverberando por a í”, em referência ao pol ítico Carlos Lacerda, que conspirou contra os governos Getúlio Vargas e João Goulart, nos anos 1950 e 1960. Neto, destacou sua condição de membro do diretório nacional do PMDB (do vice de Dilma, Michel Temer) e disse não ver em outros candidatos “condição moral e pessoal” de dar continuidade às atuais pol íticas.
Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, o apoio a Dilma representa uma “opção de classe”. “Não se trata de gostar do PT, do PSDB, do PSB. Eles (Aécio Neves e Eduardo Campos) são os candidatos do patrão”, afirmou. Vagner define a opção eleitoral entre Dilma e “aqueles que queriam arrebentar a classe trabalhadora”.
O dirigente da CUT disse não ter dúvida de que a eleição de Aécio ou de Campos representaria o fim da pol ítica de aumentos sistemáticos do salário m ínimo – hipótese negada pelos candidatos. “Eles vão jogar fora essa pol ítica.”
Em seu discurso, Dilma também fez menção ao tema, criticando o PSDB, sem mencionar a sigla. “Sabem qual é a medida impopular a que eles se referem? é acabar com a pol ítica de valorização do salário m ínimo.” Segundo a presidenta, a candidatura adversária também representa ameaça a conquistas trabalhistas. “Eles querem modificar a CLT para tirar direitos. Eu me orgulho de ter mudado a CLT para criar direitos”, afirmou.
Entre os programas citados pela presidenta, estão o Pronatec (ensino técnico), que ela chamou de “revolucionário”, e o Mais Médicos, que segundo Dilma não tem prazo de validade. “Vai durar enquanto o povo brasileiro precisar dele.”
“Temos memória. Não queremos flexibilização de direitos, queremos cidadania”, afirmou o presidente da UGT, Ricardo Patah, enquanto o presidente da CTB, Adilson Araújo, apontava principalmente a m ídia por criar um “discurso terrorista” com o objetivo de desestabilizar o pa ís.
Fonte: Rede Brasil Atual

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