Uma informação que vale mais do que mil palavras. Entre 1995 e 2003, os bancários viram seus salários ficarem 8,6% menores em relação à inflação. Nos duros anos do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a situação para os trabalhadores dos bancos públicos era ainda pior: a perda real no per íodo foi de 36,3% no Banco do Brasil e de 40% na Caixa Federal (veja gráfico e tabelas abaixo).
“;Quem não era bancário naquela época, talvez nem se lembre de como era dif ícil. O governo do PSDB não respeitava os representantes dos trabalhadores, não negociava. E ainda havia o desemprego, alt íssimo, a desmobilizar a luta da categoria “;, afirma o presidente do SINDBAN (Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região), José Antonio Fernandes Paiva.
De lá para cá, muita coisa mudou. Com a eleição de um presidente da República oriundo da classe trabalhadora, a relação foi totalmente alterada. Além do respeito ao movimento sindical, que negocia pela categoria, o aumento do n ível de emprego virou a história. O número de bancários, por exemplo, que havia ca ído 30,3% no Brasil entre 1994 e 2002, subiu 28% de 2003 a 2013.
“;Os bancários voltaram a se organizar em torno do Sindicato e isso aconteceu com todas as categorias profissionais. Os movimentos de massa foram retomados e o resultado foi bom para toda a sociedade: mais salários, renda e empregos para todos “;, destacou.
Assim, entre 2004 e 2014, os empregados dos bancos privados acumularam ganhos reais, acima da inflação, de 20,7%. Nos públicos, esses aumentos reais somaram 21,3%. “;é nosso papel de dirigente sindical lembrar essa realidade que muitos trabalhadores não vivenciaram ou até se esqueceram. Além disso, estamos atendendo também o pedido de muitos bancários que viveram esses tempos literalmente bicudos e que pedem que contemos essas histórias para alertar os novos colegas dos riscos de retrocesso que a eleição para a Presidência da República, no próximo dia 26, pode representar “;, acrescentou.
RUIM PARA O SETOR -; O Sistema Financeiro Nacional também saiu enfraquecido desses tempos. Além das privatizações que eram o mote do governo de orientação neoliberal de FHC, a abertura de mercado levou à quebra e fechamento de dezenas de instituições nacionais. Em 1990 havia 174 bancos privados brasileiros. Esse número foi caindo até chegar a 105 no ano 2000 e aos atuais 87. Os públicos federais e estaduais foram reduzidos a menos da metade: eram 34 em 1990, passaram a 17 em 2000, chegando às atuais 11 instituições. Por outro lado, a presença dos privados estrangeiros no pa ís aumentou 244%: de 18 em 1990 para 70 em 2000 até os atuais 62 bancos.
São Paulo e os paulistas, por exemplo, perderam um grande patrimônio. O Banespa, um dos maiores bancos públicos do pa ís, foi vendido ao Santander por muito menos do que valia. A Nossa Caixa, última instituição estadual paulista, quase teve o mesmo destino, não fosse a intervenção do Banco do Brasil, que fez a fusão, mantendo-a como empresa pública. “;O Brasil e os brasileiros já perderam muito com esse modelo neoliberal de governar. Retrocesso que não podemos permitir. Por isso, reitero: a decisão sobre o voto é sua, bancário, mas é de nossa responsabilidade informa-lo e alerta-lo sobre o retrocesso que pode haver “;, finalizou Paiva.
Demissão e arrocho resumem década de 90 para a categoria
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