A Contraf-CUT repudiou o anúncio do Santander de cortar custos por causa do aumento dos salários dos funcionários. Com o lucro de R$ 4,3 bilhões nos primeiros nove meses de 2013, o banco espanhol não tem qualquer justificativa para reduzir despesas em razão das conquistas da Campanha Nacional dos Bancários.
Em uma teleconferência ocorrida na última quinta-feira, 24, para anunciar os resultados do terceiro trimestre, o presidente global do Santander, Javier Mar ín, disse que uma das prioridades para os próximos trimestres é “;melhorar a eficiência dos custos “;, conforme reportagem publicada na edição de sexta-feira, 25, do jornal O Estado de S.Paulo.
Mar ín citou o recente aumento de salários dos bancários como um dos exemplos para a necessidade de cortar custos. “;O acordo coletivo deu um “;aumento de 8% no Brasil “;, disse. Por isso, é tão importante colocar em prática todas as medidas para que o Brasil tenha um custo de negócio similar a outros pa íses em que operamos “;, afirmou.
O funcionário do Santander e secretário de Imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr, avaliou que “;trata-se de um enorme desrespeito com todos os bancários do Brasil, que fizeram uma greve nacional de 23 dias para quebrar a intransigência dos bancos e conquistar aumento real de salários e melhores condições de trabalho “;. Para ele, “;reduzir os custos do reajuste é uma retaliação inaceitável aos funcionários do banco, que será combatida pelo movimento sindical com luta e mobilização “;.
O programa do Santander prevê uma redução de custos de 1 bilhão de euros até 2006 em todo mundo. O banco obteve lucro mundial de 3,3 bilhões de euros (R$ 9,9 bilhões) até setembro deste ano.
Mesmo tendo contribu ído com 24% do lucro global, o maior resultado entre todos os pa íses onde atua, o Brasil vai responder por 40% dos cortes, a maior parte desse valor. Isso significa que o Santander quer reduzir as despesas da filial brasileira em aproximadamente 400 milhões de euros (R$ 1,2 bilhão) até 2016.
A Espanha deve ser a segunda maior afetada, com corte de cerca de 30%. O restante será distribu ído entre as demais filiais do Santander no mundo. “;Para reestruturar o banco, vamos ter alguns custos. Daremos essa cifra no futuro e já estamos trabalhando em um plano. Informaremos futuramente os detalhes desse plano “;, disse Mar ín.
A intenção do banco é cortar e “;fazer o mesmo com menos “;. A iniciativa se soma ao já anunciado plano de reduzir gastos em 500 milhões de euros na Espanha e Polônia.
“;O objetivo é redesenhar o banco para fazer o mesmo com menos custos e, até 2016, economizar 1,5 bilhão de euros “;, afirmou Mar ín aos analistas e investidores.
DEMISSõES -; O plano anunciado poderá aprofundar a onda de demissões no ano. O Santander extinguiu 3.414 empregos nos primeiros nove meses de 2013. Apenas no terceiro trimestre, o banco fechou 1.124 postos de trabalho.
Já nos últimos 12 meses, o corte alcançou 4.542 vagas, uma queda de 8,2% no quadro de funcionários que caiu para 50.578 em setembro deste ano.
“;Essa redução de empregos, além de demitir funcionários e piorar ainda mais as condições de trabalho, prejudica o atendimento dos clientes. Não é à toa que o banco liderou por sete meses consecutivos em 2013 o ranking mensal de reclamações do Banco Central “;, alertou o diretor da Contraf-CUT.
MOBILIZAçãO -; Para combater as demissões, o fechamento de agências e outros cortes, a Contraf-CUT marcou uma reunião ampliada da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, a fim de definir um plano de lutas em defesa do emprego e dos direitos dos funcionários. O comunicado da reunião foi enviado para todos os sindicatos e federações de bancários.
Fonte: Contraf-CUT com Estadão
Contraf repudia Santander por reduzir custos após aumento dos bancários
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