Censura do Santander é derrotada na Justiça

O movimento sindical conseguiu uma importante vitória contra o Santander na Justiça. O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo considerou, em segunda instância, improcedente a ação por danos morais movida pelo banco espanhol contra o Sindicato, Fetec-CUT/SP, Contraf-CUT e Afubesp. O despacho do TJ fala em “;verdadeira censura “; por parte da instituição financeira. Em decisão anterior, as entidades haviam sido condenadas ao pagamento de indenização de R$ 1,5 milhão. A ação contestava campanha de 2011 que denunciou milhares de demissões e outras questões.

Naquele ano, o Santander patrocinava a Taça Libertadores da América, que reúne as melhores equipes de futebol da América do Sul. Por ocasião da final da competição, entre Santos e Peñarol, realizada em São Paulo, o movimento sindical aproveitou a presença do então presidente mundial do banco, Em ílio Botin, no Estádio do Pacaembu, para denunciar milhares de demissões, o congelamento de salários dos aposentados e a liderança da instituição no ranking de reclamações ao Banco Central. Além disso, os representantes dos trabalhadores queriam fomentar o debate sobre a infeliz ironia de um banco espanhol patrocinar a Taça Libertadores da América, uma vez que os espanhóis que colonizaram o continente foram exploradores, e não “;libertadores “;.

Para dar visibilidade e repercussão ao protesto, o movimento sindical distribuiu panfletos, exibiu faixas e veiculou um spot de rádio de 30 segundos. Na manhã da final, por influência direta do departamento jur ídico do Santander, a rádio CBN censurou três das seis inserções programadas. O banco espanhol também ingressou com ação pedindo a suspensão da campanha, mas teve liminar negada. Posteriormente, a instituição entrou com nova ação que condenou as entidades ao pagamento de indenização por dano moral. Decisão que agora foi revertida pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

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