Caixa, cadê a PLR?

04/04/2017 – 18:40

Divulgação do pagamento da segunda parcela da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) gerou revolta entre os empregados

Os empregados da Caixa Econômica Federal de todo o pa ís receberam a segunda parcela da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) na madrugada da última sexta-feira (31). Apesar da expectativa, o resultado foi de decepção, já que os que têm salários menores receberam, em média, de R$ 200 a R$300 reais. Valor muito abaixo dos pagos nos últimos anos.

Na Caixa, a PLR corresponde a 90% do salário mais R$ 2.183,53, limitado a R$ 11.713,59; parcela adicional, que representa 2,2% do lucro l íquido do banco dividido pelo número total de empregados em partes iguais, até o limite individual de R$ 4.367,07; e a PLR Social, equivalente a 4% do lucro l íquido, distribu ídos linearmente para todos os trabalhadores. A conta é feita por meio da regra básica da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), prevista da Convenção Coletiva do Trabalho 2016/2018.

Nesta terça-feira (03), a Caixa encaminhou uma nota aos seus empregados justificando o valor creditado. No texto, a instituição comentou sobre os desafios que vêm sendo ultrapassados pela economia brasileira nos últimos anos e que os reflexos desse ambiente econômico foram sentidos no sistema financeiro, fazendo com que todos os grandes bancos apresentassem queda nos seus lucros de 7% a 44%. “;A contratação de crédito caiu mais de 12% e o crescimento da carteira diminuiu 63% em 2016 (…) Isso impactou a segunda parcela da PLR “;. Ainda em nota, a Caixa justificou, também, que o longo per íodo de greve contribuiu para as quedas nos lucros.

Para o diretor do SindBan, Ubiratan Campos do Amaral, a nota encaminhada pela Caixa não é coerente. “;A Caixa divulgou a previsão para o lucro, em setembro, quando lucro acumulado era de R$ 3,4 bilhões, projetava-se fechar o ano com quase R$ 7 bilhões esse lucro ficou muito abaixo do planejado, qual a explicação para isso? é muito fácil culpar a greve, que por sinal o reajuste ficou abaixo da inflação, e penalizar os empregados com uma PLR baix íssima “;, comentou. O diretor comentou, também, que o SindBan (Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região) está planejando ações para defender os trabalhadores.

Nesta sexta-feira (7), a Contraf-Cut, representada pela Comissão Executiva dos Empregados da Caixa, se reúne com o banco em Bras ília, para cobrar explicações. Além dos resultados anunciados serem abaixo do esperado, o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, divulgou que de 100 a 120 unidades deficitárias passarão por mudanças, as alternativas são: fechamento, fusão, diminuição de estrutura ou remanejamento para outro local. Segundo o presidente do SindBan, José Antonio Fernandes Paiva, é muito importante que os empregados ampliem a mobilização contra as mudanças da instituição. “;O Sindicato vai dar todo apoio aos bancários da Caixa, nenhum direito a menos pode ser retirado dos trabalhadores “;, comentou.

Saúde Caixa

Durante a divulgação do balanço da instituição, o presidente Gilberto Occi declarou que pretende realizar mudanças no Saúde Caixa, reduzindo as provisões para cobrir despesas futuras com os planos. No começo de 2017, a Caixa tentou realizar mudanças no benef ício, mas por conta de ações sindicais nenhuma alteração foi realizada.

“;Está previsto na cláusula 32 do acordo aditivo à CCT (Convenção Coletiva de Trabalho), as regras e obrigações tanto dos empregados, quanto do banco para custear o Saúde Caixa. A CCT é uma segurança legal dos empregados, é um acordo feito entre os trabalhadores e a Caixa e não pode ser quebrado “;, comentou o diretor do SindBan, Ubiratan Campos do Amaral.

Compartilhe:
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email
Comentários do Facebook

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Skip to content