Bradesco lucra R$ 19 bilhões e elimina 9,9 mil postos de trabalho em 2017
O Bradesco lucrou R$ 19 bilhões em 2017 (lucro l íquido recorrente), aumento de 11,1% em relação a 2016, com rentabilidade de 18,1% sobre o patrimônio l íquido. Por outro lado, o banco eliminou 9.985 postos de trabalho ao longo do ano.
Em setembro de 2016, o balanço do banco mostrava um aumento de 20.498 trabalhadores em função da aquisição do HSBC. Desde então, já foram fechadas 11.114 vagas. Portanto, 54% do aumento do emprego resultante da aquisição do banco britânico já foi extinto pelo Bradesco.
Em julho de 2017, o Bradesco lançou um Plano de Desligamento Voluntário Especial (PDVE). A data limite para adesão ao plano encerrou-se ao final de agosto de 2017, com a adesão de 7,4 mil funcionários, com custo total de R$ 2,3 bilhões. O efeito anual estimado nas despesas de pessoal é uma redução de R$ 1,5 bilhão.
As receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias atingiram R$ 24 bilhões com elevação de 11,4% em 12 meses. Apenas com essa receita, o Bradesco cobre o total de suas despesas de pessoal e ainda restam R$ 3 bilhões.
O banco também fechou 565 agências ao longo do ano passado.
“;O mais controverso de tudo isso é que o Bradesco está lucrando e ao invés de eliminar empregos e fechar agências, a instituição poderia com seu lucro investir na contratação de mais funcionários para melhoria das condições de trabalho, diminuição da sobrecarga e dos adoecimentos. Também pode promover internamente os seus funcionários, já que muitos trabalham há anos no banco e aguardam há muito tempo ascensão profissional e a implantação de um plano de cargos, carreiras e salários. Além de todo o bem para os seus bancários, o banco consequentemente melhora o seu atendimento ao público, esses que pagam alt íssimas tarifas para ser atendido por um número cada vez menor de funcionários “;, comenta, Aldo Luis Rocha, dirigente sindical e bancário do Bradesco.
Redução do crédito -; A carteira de crédito expandida, em dezembro de 2017, atingiu R$ 492,931 bilhões, com redução de 4,3% em relação ao saldo de dezembro de 2016. As operações com pessoas f ísicas totalizaram R$ 175,469 bilhões (crescimento de 2,0% em relação a dezembro de 2016), enquanto as operações com pessoas jur ídicas atingiram R$ 317,462 bilhões (redução de 7,4% em relação a dezembro de 2016).
Oíndice de inadimplência foi menor em 2017 (4,67%) do que no ano anterior (5,5%, em dezembro de 2016).
Quanto à origem, do lucro l íquido recorrente, R$ 13,490 bilhões resultaram das atividades financeiras, correspondendo a 70,9% do total, e R$ 5,534 bilhões foram gerados pelas atividades de seguros, previdência e capitalização, representando 29,1% do total.