Botín diz que Santander não está à venda, mas nada fala sobre emprego

O Santander não está vendendo ativos no Brasil, disse nesta terça-feira (22) o presidente mundial do banco, Emilio Bot ín, antes de reunião com a presidente Dilma Roussef, em Bras ília. Há duas semanas, voltaram a circular boatos sobre a venda ao Bradesco. Bot ín disse que “ativos aqui o Santander compra”, completando a frase com uma brincadeira: “Mas não tenho tempo de comprar porque tenho de ver a presidente”.

O espanhol também disse estar confiante sobre o crescimento econômico brasileiro neste ano. “Estou convencido de que a economia brasileira terá um desempenho melhor em 2013 do que no ano passado. O Santander acredita que a economia vai crescer 3%”, disse Bot ín, salientando que o banco deve disponibilizar neste ano de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões em recursos para financiamento a projetos de infraestrutura. No entanto, nenhuma palavra foi dita sobre emprego.

O executivo disse que o Santander está investindo muito no pa ís, não só na abertura de novas agências, mas também em universidades. “Para nós do Santander, o Brasil é o pa ís mais importante do mundo”, afirmou.

Bot ín citou o investimento em agências, caixas eletrônicos e em um grande centro de dados a ser constru ído em Campinas, no interior de São Paulo, e que estará entre os maiores do mundo, a ser inaugurado em 2014. Nada, porém, foi anunciado sobre investimentos para os funcionários do banco.

O presidente mundial do Santander também elogiou o presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini, com quem teve reunião pela manhã. “Ele é um grande presidente”, disse, completando que o fato de o BC brasileiro ser independente é algo muito importante para o pa ís, que tem um sistema financeiro “único no mundo” porque tem três grandes bancos públicos e três grandes bancos privados.

Bot ín também foi questionado sobre o grau de intervenção do governo na economia brasileira. Ele disse que outros pa íses do mundo são muito mais intervencionistas e deu como exemplo a própria Europa. “Confio que o governo não fará o tipo de intervenção que se vê em outros lugares. Na parte financeira, que conheço bem, as instituição atuam bem e são muito independentes do poder.”

Nenhuma palavra sobre emprego

O presidente do Santander nada declarou para a imprensa sobre emprego, mesmo após a demissão em massa de funcionários antes do Natal. “Bot ín perdeu uma boa oportunidade para falar sobre as perspectivas de emprego em 2013 diante das dispensas e incertezas que aumentaram em dezembro”, avalia o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.

“De nada adianta ter uma propaganda milionária dizendo que o Santander investe forte no Brasil, se o banco cortou quase mil postos de trabalho no último mês de 2012”, critica o dirigente sindical.

“Queremos que o banco faça a lição de casa, com investimentos no empego e na melhoria das condições de trabalho, em vez de fazer dispensas de pais e mães de fam ília, muitos com mais 10 e 20 anos de banco, perto da aposentadoria”, destaca Ademir.

Fonte: Contraf-CUT com Agência Brasil e UOL

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