Bancos públicos crescem mais no 1º trimestre

O sistema bancário nacional continua em expansão, impulsionado pelos bancos públicos. Os números de ativos totais consolidados pelo Banco Central refletem os bancos com maior crescimento nos primeiros meses de 2011. No entanto, especialistas apontam a necessidade de mudança do plano estratégico para a permanência na disputa pela liderança, como investimentos no crédito de varejo, refinanciamento de d ívidas e aquisições.
De acordo com o BC, a Caixa Econômica Federal apresentou maior crescimento no primeiro trimestre de 2011 em ativos totais, 7,66%, de R$ 401,4 bilhões no último trimestre de 2010 para R$ 432,1 bilhões de janeiro a março deste ano. Em seguida aparece o Banco do Brasil, com elevação de 6,72% em relação a dezembro do último ano, de R$ 779,3 bilhões para R$ 831,6 bilhões. No total de valores, o BB mantém a liderança.
Além de seus próprios ativos, o BB possui 50% de participação no Votorantim, que iniciou 2011 entre os dez maiores, com R$ 115,5 bilhões em ativos totais.
O Bradesco apresentou a terceira maior expansão, 6,51%, e mantém a mesma colocação em valores, de R$ 562,6 bilhões no último trimestre de 2010 para R$ 599,2 bilhões no in ício deste ano. O Itaú Unibanco é o segundo em totais de ativos, mas ficou atrás dos outros três bancos em crescimento, de 4,19% no mesmo per íodo, de R$ 720,3 bilhões para R$ 750,5 bilhões.
O Santander obteve elevação de 4,08%, de R$ 376,06 bilhões no último trimestre de 2010 para R$ 391,3 bilhões em 2011. Em valores, o banco ficou atrás do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que cresceu 3,31%, de R$ 520,8 bilhões para R$ 538,1 bilhões.
Para o crescimento orgânico, com diversificação de produtos e ampliação da carteira de clientes, o professor José Ricardo da Costa e Silva, do grupo Ibmec, acredita que a estratégia é o crédito em varejo. “O sistema bancário brasileiro continua limitado com a oferta de crédito no atacado, para grandes empresas e repasses do BNDES. Com a estabilidade de preços, os bancos têm de cair no varejo, com empréstimos a consumo e pequenas empresas, porque ainda há espaço para crescer”. O percentual de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) chegou a 46,6% em abril.
Para Silva, a diversificação do mercado de consumo com a elevação do poder de compra dos brasileiros pode refletir em opções de produtos. “A estabilização econômica tem dado ao mercado o acesso de classes que nunca haviam chegado antes. Essa é uma oportunidade de mercado de varejo e microcrédito.”
A aquisição do Banco Postal pelo Banco do Brasil com lance financeiro de R$ 2,3 bilhões é apontada pelo especialista como uma estratégia de atuação no varejo, com a inserção das classes não bancarizadas. “O BB pode se adiantar em relação aos outros bancos diante da oportunidade no varejo ao comprar o Banco Postal.” Desde 2002, a operação era realizada pelo Bradesco.
O professor de finanças e administração da ESPM, Adriano Gomes, concorda com o in ício da saturação no crescimento orgânico. Mas, para ele, os bancos podem apostar no crédito para refinanciamento de d ívidas. “Essa seria uma boa oportunidade de atuação com empresas com problemas de endividamento com outras instituições financeiras, que precisam de um parceiro para colocar ordem na casa.”
No que se refere ao crescimento dinâmico, com aquisições de carteiras ou bancos de menor porte, o professor apontou como outro caminho. “As instituições tem a receita ampliada com a mesma estrutura”, disse Gomes, que acrescentou: “Nesse segmento temos a bifurcação para negócios no Brasil e exterior. Nos Estados Unidos, por exemplo, essas operações compensam porque os ativos são baratos”.
Fonte: Contraf-CUT

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