Bancos ainda devem respostas aos trabalhadores

Nas rodadas de negociação que acontecem hoje, 16, e amanhã, 17, o Comando Nacional dos Bancários quer respostas para reivindicações não econômicas que ficaram pendentes e são consideradas fundamentais pela categoria, como o fim das demissões injustificadas e mais contratações, melhores condições de trabalho e segurança, além da igualdade de oportunidades.
SAúDE -; Na primeira rodada, realizada entre os dias 19 e 20 de agosto, questões sobre saúde e condições de trabalho permaneceram sem resposta, já que a federação dos bancos propôs aguardar o resultado de levantamento sobre as causas dos afastamentos dos trabalhadores adoecidos. Esse levantamento é fruto dos debates realizados no grupo de trabalho sobre o tema, conquistado na Campanha 2013.
SEGURANçA -; A extensão para todo o Brasil das medidas implantadas no projeto-piloto, na região de Recife (PE) é outra reivindicação que ficou sem resposta na rodada de negociação realizada em 27 de agosto. O projeto comprovou o que o Comando dizia: houve redução de 50% nos assaltos e diminuição de 42,9% nos crimes de saidinha nas agências onde foram implantados biombos para tornar mais privativas as transações financeiras tanto nos caixas como no autoatendimento, câmaras internas e externas, além das portas de segurança.
O Comando cobrou, ainda, a presença de no m ínimo dois vigilantes em todas as agências bancárias, inclusive no horário do almoço conforme previsto em lei, e a proibição da guarda por bancários das chaves das agências e dos cofres.
IGUALDADE -; A Fenaban está devendo a divulgação dos dados do II Censo da Diversidade, realizado entre março e maio deste ano, e conquista da Campanha 2012.
Ter acesso a esses dados é fundamental para que o Comando possa verificar se algo avançou desde a realização do primeiro censo, em 2008.
Dados públicos mostram que nada mudou. A Rais 2012 (Relação Anual de Informações Sociais, do Ministério do Trabalho) aponta que os bancos têm 17% de funcionários pretos e pardos e o Censo divulgado em 2009 aparecia com 19%.
Na rodada de 28 de agosto o Comando ressaltou que, em 2000, a categoria tinha 43% de mulheres. Catorze anos depois elas ocupam 49% do total de postos de trabalho e recebem, em média, salários 24% menores que os dos homens. A diferença vem se acentuando ao longo dos anos, já que era de 21% em 1994. Essa realidade é ainda mais injusta quando se observa que as bancárias têm escolaridade maior que a dos bancários: 75% delas têm n ível superior completo, enquanto entre os homens esse percentual cai para 69%.
EMPREGO -; Aumentar o número de funcionários por unidade com mais contratações e o fim das demissões imotivadas é prioridade para os bancários. O debate foi feito nas rodadas de 3 e 4 de setembro, mas de acordo com os representantes das instituições financeiras que participam da mesa (BB, Caixa, Bradesco, Itaú, Santander e HSBC), essas dispensas são feitas com muita responsabilidade e a maioria dos bancários que deixam seus empregos pedem para sair. Essa informação foi rebatida pelo Comando com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego que aponta: entre agosto de 2013 e julho de 2014, 62,8% dos desligamentos aconteceram por iniciativa dos bancos.
Fonte: SP Bancários

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