O Banco Central (BC) decretou nesta sexta-feira (14) a liquidação extrajudicial do Banco Cruzeiro do Sul, com sede na cidade de São Paulo, e do Banco Prosper, do Rio de Janeiro.
O Cruzeiro do Sul detém cerca de 0,25% dos ativos do sistema bancário e 0,35% dos depósitos. A instituição estava sob Regime de Administração Especial Temporária (Raet), desde 4 de junho de 2012, devido a suspeita de fraude.
A determinação do regime especial (intervenção e liquidação extrajudicial) ocorre depois que a fiscalização do BC verifica algum tipo de problema na instituição financeira, como ausência de liquidez (recursos dispon íveis), desvio de dinheiro, descumprimento de normas ou não pagamento de obrigações.
Inicialmente, o BC adotou a intervenção na instituição, com o afastamento da fam íliaíndio da Costa do controle do Cruzeiro do Sul. A gestão passou a ser feita pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), como forma de proteger os depósitos dos clientes, e a agora foi decretada a liquidação extrajudicial. A instituição financeira em liquidação extrajudicial tem os bens vendidos a fim de pagar credores.
A decisão do BC abrange a controladora do Banco Cruzeiro do Sul, a Cruzeiro do Sul Holding Financeira S.A., e as empresas Cruzeiro do Sul S.A Corretora de Valores e Mercadorias; Cruzeiro do Sul S.A. DTVM e Cruzeiro do Sul S.A. Companhia Securitizadora de Créditos Financeiros. Essas empresas também estão submetidas ao Raet.
De acordo com o BC, o Banco Prosper é instituição financeira que detém aproximadamente 0,01% dos ativos do sistema bancário e 0,01% dos depósitos.
“A liquidação do Banco Prosper, que teve proposta de mudança de controle para o Banco Cruzeiro do Sul não aprovada pelo Banco Central, deve-se a sucessivos preju ízos que vinham expondo seus credores a risco anormal, a deficiência patrimonial e a descumprimento de normas aplicáveis ao sistema financeiro”, informou o BC, em nota.
Do total de depósitos à vista e a prazo do Banco Cruzeiro do Sul e do Banco Prosper, cerca de 35% e de 60%, respectivamente, contam com garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
“O Banco Central continuará tomando todas as medidas cab íveis para apurar as responsabilidades, nos termos de suas competências legais. O resultado das apurações poderá levar à aplicação de medidas punitivas de caráter administrativo e a comunicações às autoridades competentes, observadas as disposições legais aplicáveis”, acrescenta o BC.
O BC informou ainda que permanecem indispon íveis os bens dos controladores e dos ex-administradores do Banco Cruzeiro do Sul. E, a partir de hoje, ficam indispon íveis os bens dos controladores e dos ex-administradores do Banco Prosper.
Negociações com Santander falharam
As negociações com o Santander para a compra do Cruzeiro do Sul se estenderam até a madrugada desta sexta-feira, mas não avançaram diante da cobrança pelo banco espanhol de garantias que impediram um acordo para a venda da instituição.
Fonte: Agência Brasil e UOL