Os 695 delegados e observadores de todo o pa ís aprovaram na plenária final da 13ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada neste domingo, 31, em São Paulo, a pauta de reivindicações da Campanha de 2011, que inclui 5% de aumento real, emprego decente, PLR equivalente a três salários mais R$ 4.500 fixos, piso da categoria igual ao salário m ínimo do Dieese (R$ 2.293,31 em maio) e combate às metas abusivas e ao assédio moral.
Também definiram apoio total ao Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 214/2011, do deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), que revoga as resoluções do Banco Central que ampliaram o escopo de atuação dos correspondentes bancários, bem como reivindicar do governo a convocação de uma Conferência Nacional sobre o Sistema Financeiro. Decidiram ainda intensificar a campanha pela inclusão bancária, que assegure prestação de todos os serviços financeiros a toda a população, realizada em agências e PABs por profissionais bancários de forma a garantir atendimento de qualidade, respeitando as normas de segurança e protegendo o sigilo bancário.
A 13ª Conferência, que começou na sexta-feira, 29, foi o ponto culminante de um processo de discussão democrática com a categoria em todo o pa ís, que passou por assembleias, consultas dos sindicatos junto às suas bases, pesquisa nacional, encontros estaduais e conferências regionais.
Queremos emprego e remuneração decente
“Estamos iniciando uma grande campanha nacional pelo emprego decente, contra a violência do assédio moral e contra a pressão pelo cumprimento de metas abusivas”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. “Exigimos ainda aumento do número de bancários nas agências e remuneração decente. Altos executivos ganham até 400 vezes mais do que o salário do bancário. Precisamos acabar com essa indecência.”
Carlos Cordeiro também considera importante a carta, aprovada por unanimidade pela Conferência, que será enviada à presidenta Dilma Rousseff, pedindo a ratificação da Convenção 158 da OIT, que dificulta a demissão injustificada. “Queremos emprego com estabilidade, com segurança. Vamos denunciar a rotatividade promovida pelos bancos, como forma de aumentar a rentabilidade. Desde já estamos conclamando todos os bancários do pa ís a fazer uma grande mobilização nacional para que tenhamos a melhor Campanha Nacional que já fizemos”, acrescenta o presidente da Contraf-CUT.
Em relação ao sistema financeiro, Carlos Cordeiro avalia como fundamental a decisão aprovada pela 13ª Conferência Nacional de fazer “uma grande mobilização, levando o debate para toda a sociedade sobre o papel dos bancos no desenvolvimento econômico do pa ís. Precisamos de outro sistema financeiro”.
Fortalecimento da unidade
“Como em anos anteriores, o formato de debates realizados pelas federações e sindicatos por todo o Brasil, que envolveram milhares de trabalhadores bancários, fez com que a conferência fosse coroada de êxito, uma vez que refletiu um pensamento que foi sendo cristalizado através de um debate democrático e amplo”, avalia Marcel Barros, secretário-geral da Contraf-CUT. “O resultado da conferência é o fortalecimento da unidade e a reafirmação do desejo de vitórias e conquistas dos bancários de todo o Brasil.”
Para Marcel, além as reivindicações sobre remuneração, emprego e saúde, um item fundamental da pauta aprovada é o apoio ao PDL 214/2011, que revoga as recentes resoluções do Banco Central sobre o funcionamento dos correspondentes bancários.
Discussão feita em todos os sotaques do Brasil
“A Conferência foi um sucesso. As correntes pol íticas apresentaram suas propostas para os delegados do pa ís inteiro, avaliando e escolhendo as pautas mais representativas. A pauta de reivindicações foi discutida neste domingo em todos os sotaques do Brasil”, destaca o Secretário de Finanças da Contraf-CUT, Roberto von der Osten (Betão).
Os delegados participaram de diversos painéis temáticos que enriqueceram a discussão da categoria. Segundo Betão, os debates sobre emprego decente foram bastante intensos durante toda a Conferência. “Além disso, conseguimos encontrar os eixos que vão nortear nossa Campanha Nacional 2011”, afirma o dirigente.
Fonte: Contraf-Cut
Foto: Jailton Garcia
Bancários querem aumento real de 5%, PLR e pisos maiores e emprego decente
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