A greve nacional dos bancários cresceu nesta segunda-feira, 3, sétimo dia de paralisação, e atingiu todos os 26 estados e o Distrito Federal, com a adesão dos funcionários de Roraima. A categoria paralisou 7.950 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados. O balanço foi feito pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), a partir dos dados enviados pelos sindicatos até as 18h30.
Na base do Sindicato dos Bancários de Piracicaba e região, já são 13 cidades que aderiram ao movimento, sendo que 100 agências estão paralisadas. Em Piracicaba o quadro se mantém com 85,5% de paralisação e 47 agências paralisadas.
A greve começou na última terça-feira, 27, após a rejeição da proposta de reajuste de 8% apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que representa apenas 0,56% de aumento real.
O Comando Nacional dos Bancários, reunido nesta segunda-feira, 3, em São Paulo, decidiu orientar os sindicatos a intensificarem as ações para mobilizar os bancários e ampliar a greve em todo pa ís, uma vez que a Fenaban permanece em silêncio.
Os bancários reivindicam reajuste de 12,8% (aumento real de 5% mais inflação do per íodo), valorização do piso, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), mais contratações, extinção da rotatividade, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, mais segurança, igualdade de oportunidades, melhoria do atendimento dos clientes e inclusão bancária sem precarização.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Piracicaba e região, José Antonio Fernandes Paiva destaca que o ponto fundamental para o acordo é a valorização do piso da categoria. Segundo dados do DIEESE (Departamento Intersindical de Estat ística e Estudos Socioeconômicos) mostram que o salário inicial dos bancários brasileiros é menor que o piso dos trabalhadores argentinos e uruguaios, como pode ser verificado na tabela abaixo:
Piso Salarial Pa íses do Mercosul
Pa ís
Piso
Brasil
US$ 735,29
Argentina
US$ 1.432,21
Uruguai
US$ 1.039,00
“;Os bancos brasileiros estão entre os maiores e mais lucrativos do continente, então podemos dizer que este salário é um absurdo “;, declarou José Antonio Fernandes Paiva.
Segundo pesquisa feita pela Subseção do Dieese da Contraf-CUT, o salário de ingresso nos bancos no Brasil em agosto de 2010 era equivalente a US$ 735, mais baixo que o dos uruguaios (US$ 1.039) e quase metade do recebido pelos argentinos (US$ 1.432). A comparação do valor por hora trabalhada também é bastante desfavorável para os bancários do pa ís. O piso dos brasileiros é equivalente a US$ 6,1 por hora de trabalho, enquanto os argentinos ganham US$ 9,8/hora, seguidos pelos uruguaios, que recebem US$ 8/hora.
Conforme o Dieese, cerca de 140 mil bancários recebem o piso no Brasil, o que significa aproximadamente 30% ou quase um terço da categoria.