A melhoria da assistência médica e psicológica aos bancários v ítimas da insegurança nos bancos deverá ser uma das prioridades da categoria na Campanha Nacional que está começando. O assunto foi debatido profundamente neste sábado, dia 30, pelo grupo de trabalho que discutiu as reivindicações dos bancários sobre segurança, no segundo dia da 13ª Conferência Nacional, em São Paulo. A pauta final será fechada neste domingo.
Para o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr, coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, as discussões no grupo de trabalho foram altamente qualificadas e serviram para atualizar a pauta de reivindicações. “A falta de segurança nos bancos é um tema que os bancários têm discutido há anos. Esse problema já deveria ter sido resolvido faz tempo, se não fosse o descaso dos bancos”, comenta Ademir.
A categoria também vai reivindicar que as instituições financeiras instalem mais equipamentos de prevenção contra assaltos, sequestros e extorsões. “Com lucros acima de R$ 12 bilhões somente no primeiro trimestre deste ano, os bancos têm recursos de sobra para colocar portas de segurança em todas as agências e antes do auto atendimento, além da implantação de mais câmeras de filmagem internas e externas e vidros blindados nas fachadas”, diz Ademir.
Outra reivindicação importante dos bancários é o adicional de risco de morte no valor equivalente a 30% da remuneração total que o trabalhador recebe no mês. “O problema da insegurança está tão assustador que agora não estamos mais reivindicando um adicional por risco de vida, mas sim por risco de morte”, aponta o Ademir. Ele lembra que, no primeiro semestre deste ano, 20 pessoas foram assassinadas em assaltos envolvendo bancos em todo pa ís.
Os debates contaram com a participação do presidente da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), José Boaventura Santos. Ele destacou a importância da luta conjunta pela segurança. “Pesquisa nacional da CNTV e da Contraf-CUT revelou 838 ataques a bancos no primeiro semestre, sendo 537 arrombamentos e 301 assaltos, o que exige mobilização permanente dos vigilantes e bancários para mudar esta situação”, afirma.
“Saidinha de banco”
Foi falado também que os bancários também estão preocupados com os crimes de “saidinha de banco”. Foi reforçada a instalação de biombos entre a fila de espera e a bateria de caixas. “Essa proposta já é lei estadual em São Paulo, mas não está sendo cumprida pelos bancos”, afirma o autor do projeto e ex-deputado Wanderlei Siraque (PT), que acompanhou os debates para saber mais sobre os problemas de segurança da categoria.
Outra reivindicação é a instalação de divisórias entre os caixas, inclusive os eletrônicos, para que os saques em dinheiro sejam feitos com privacidade. Também foi reafirmada a necessidade de isenção das tarifas de transferência de recursos (TED, DOC e ordens de pagamento), o que, se aprovado pelos bancos, vai reduzir a circulação de dinheiro e combater a ‘saidinha de banco’. Ainda foi proposta a instalação de caixas eletrônicos somente em locais seguros.
“Agora, vamos levar todas as propostas para aprovação na plenária final deste domingo. Além disso, como forma de pressão, o grupo de segurança vai propor ao Comando Nacional a realização de um Dia Nacional de Luta por mais segurança nos bancos durante o calendário de mobilização da Campanha Nacional, em parceria com a CNTV”, finaliza Ademir.
Fonte: Contraf-Cut
Foto: Jailton Garcia
Bancários definem reivindicações para combater insegurança nos bancos
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