Bancária do BB demitida logo após o término do período de experiência, funcionária escancara falhas

Mais de 390 mil candidatos prestaram o concurso para ingressar no Banco do Brasil em 2007, um dos mais concorridos do pa ís, para compor o quadro de reservas na empresa. M.G., cuja identidade manteremos em sigilo, foi uma das aprovadas.

A espera demorou quase três anos, até ser convocada em novembro de 2010 para o per íodo de experiência. “;A alegria que tive quando vi que estava entre os concursados só foi menor do que encontrar, um mês depois, meu nome entre os aprovados no vestibular. Mesmo sabendo que poderia demorar a ser chamada pelo banco era a esperança de ter um emprego estável e poder organizar minha vida “;, lembra a bancária que à época do concurso tinha 18 anos.

Segundo ela, os dois primeiros meses foram de cursos até iniciar suas atividades na Central de Atendimento do Banco do Brasil (CABB). Com apenas 20 anos de idade, o nervosismo dos primeiros dias numa grande empresa era natural. “;Nunca havia tratado com clientes, tinha todo o sistema para absorver e, a princ ípio, ficava apavorada. Mas aos poucos superei o nervosismo e na avaliação dos primeiros 55 dias foi dito que eu estava evoluindo e que bastava continuar daquela forma “;, lembra.

Sacrif ício -; Segundo M.G., os problemas começaram quando solicitou uma mudança de horário na CABB, pois sua jornada estava conflitando com a faculdade. A resposta foi negativa e, para passar no per íodo de experiência, na esperança de disputar vaga em outro setor com outro horário, passou a faltar em seu curso.

Depois uma gestora começou a implicar com a forma como se vestia, reclamando do tipo de vestido, da calça que usava. “;Mudei também meu vestuário para ver se me deixavam em paz. Mesmo assim, sem qualquer explicação plaus ível, fui demitida ao término da experiência. Agora pergunto: como foi poss ível ser reprovada na experiência se cumpri tudo o que me pediram, sacrifiquei até aulas de minha faculdade? “;, desabafa.

Protesto -; A demissão motivou ato do Sindicato nesta quarta 2 no CABB, onde foi distribu ído manifesto contra o desligamento da funcionária. Diversos trabalhadores da concentração usaram a cor preta para demonstrar solidariedade à demitida.

O Sindicato também entrou em contato com Unidade de Gestão de Canais e com a Diretoria de Relações com Funcionários, em Bras ília, reivindicando o cancelamento da demissão. “;Não há base para essa dispensa, pois a avaliação é muito subjetiva. Descontado o per íodo de treinamento, resta pouco mais de um mês para as pessoas desenvolverem suas tarefas, o que é muito pouco. Estamos reivindicando que a demissão seja cancelada e que a funcionária seja transferida para outro setor que esteja carente de pessoal. Até para protegê-la de novas perseguições “;, destaca o diretor do Sindicato Ernesto Izumi.

Fonte SEEB-SP

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