A ideia era apenas arrecadar fundos para ajudar uma instituição filantrópica, mas a direção do Banco do Brasil conseguiu transformar em mais uma fonte de pressão por vendas.
Parceira feita entre o banco e o Graac (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer) previa que seriam colocados à venda nas agências tickets de R$ 11,50 que poderiam ser trocados por Big Macs no McDia Feliz, marcado para 31 de agosto. No McDia Feliz, tudo o que o McDonald’s arrecadar com a venda do Big Mac é doado para instituições, como o Graac.
De acordo com a Gestão de Pessoas, ninguém era obrigado a vender nenhum ticket e muito menos teria de bater qualquer meta diretamente ligada à proposta. Porém, a direção do banco determinou que o total arrecadado, ainda que sem obrigação, contaria pontos para as agências. Foi a senha para que o trabalho filantrópico passasse a ser encarado pelos gestores apenas como mais um indicador de vendas e virasse fonte de pressão.
“;A intenção de ajudar o próximo é digna de aplauso e o Graac é uma entidade importante de apoio às crianças com câncer. Mas a iniciativa tem de ser efetivamente voluntária e espontânea, como a Gestão de Pessoas afirmou. Repudiamos a lógica de transformar tudo em motivo para assédio moral e os gestores que o fizerem que arquem com as consequências “;, ressalta do diretor do Sindicato Ernesto Izumi, que é funcionário do BB.
O último dia de vendas foi na quinta 15 e relatos chegaram ao Sindicato dando conta de que em algumas agências os funcionários compraram diversos tickets por conta própria, apenas para elevar os números.
“;O sistema de metas cria um ambiente de competição interna tão intenso que possibilita aberrações como essa, onde os bancários sentem-se obrigados até a serem mais voluntários do que os outros. Voluntariado é exatamente o oposto à obrigatoriedade “;, acrescenta Ernesto. “;é essa verdadeira obsessão por metas que causa distúrbios mentais nos trabalhadores. Não podemos mais aceitar “;, completa o dirigente.
O Sindicato orienta os funcionários a denunciar os assediadores pelo canal conquistado pela categoria especialmente para isso. Também orienta a relatar para a ouvidoria interna do BB.
Fonte: SP Bancários
Até caridade vira pressão no Banco do Brasil
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