O desmonte imposto pelo governo Temer na Caixa realmente não tem data para acabar. Após a not ícia ser ventilada pela imprensa no final de janeiro, um novo plano de demissão no banco público, que agora se chama PDE (Plano de Desligamento do Empregado), foi aberto e o prazo para adesão já começa na sexta-feira 23 e vai até 5 de março. O limite máximo de adesões é de 2.964 empregados.
Podem aderir ao PDE aposentados pelo INSS até a data do desligamento; aptos a se aposentarem até 31 de dezembro; empregados com 15 anos ou mais de banco; bancários que recebem adicional de incorporação de função até a data de desligamento.
“;Mais um plano de demissão vai agravar ainda mais as já péssimas condições de trabalho na Caixa. Bancários, que já estão sobrecarregados, serão forçados mais uma vez até o limite das suas forças. Vai existir reposição dos que deixarem o banco? Além disso, a população também sofrerá com o atendimento cada vez mais precarizado e a redução do papel social da instituição. Nossa avaliação é que o governo Temer tem um plano de desmontar a Caixa, reduzindo a sua importância e jogando a população contra a instituição, justificando assim uma poss ível privatização “;. enfatiza o dirigente do Sindicato e empregado da Caixa, Ubiratan Campos do Amaral.
“;Fora as nefastas consequências de mais um plano de demissões na Caixa, desfalcando ainda mais o quadro de empregados, esse plano que agora chamam de PDE desrespeita os trabalhadores em diversos aspectos. A começar pela mudança de nome, na qual retiraram a palavra `voluntário’ da sigla, o que passa uma mensagem intimidatória aos bancários aptos para a adesão. Desrespeita também, em especial, bancários que dedicaram uma boa parte das suas vidas ao banco. Além disso, o comunicado foi publicado no dia 22 e a adesão já começa no dia seguinte, sendo o prazo extremamente curto. O empregado mal tem tempo para refletir sobre a sua decisão. Outro ponto é a redução do valor pago. No último plano eram 10 salários, nesse são 9,8 “;, acrescenta.
O Sindicato, diante do lançamento abrupto do PDE, está estudando as medidas cab íveis para assegurar os direitos dos empregados e preservar as condições de trabalho com este novo ataque à Caixa.
“;Orientamos os bancários aptos para adesão que não a façam sem refletir, apesar de o banco incentivar esse tipo de comportamento pela forma abrupta que lançou o PDE. Nos próximos dias iremos enviar of ício à direção da Caixa, em conjunto com outras entidades representativas, com todos os nossos questionamentos e cr íticas sobre esse novo plano. O Sindicato luta faz anos por mais empregados para a Caixa, mais Caixa para o Brasil. Inclusive, cobramos na Justiça a contratação de 2.000 trabalhadores desde quando t ínhamos 101 mil empregados no banco. Infelizmente, o governo e a direção da Caixa insistem em seguir na direção contrária e promover esse verdadeiro desmonte. é o momento de união de todos os empregados, junto aos sindicatos, para continuarmos firmes na defesa de nossas conquistas de luta e mantermos a Caixa 100% pública. Só a luta te garante “;, Conclui Mauricio Nobre Vieira Junior, dirigente sindical.