O Itaú Unibanco continua sendo o maior banco privado brasileiro por volume de ativos. Mas o pódio de presença f ísica nas ruas já ficou para trás. Em número de agências, o Itaú perdeu para o concorrente. O Bradesco encerrou 2011 com 4.634 estabelecimentos, enquanto o Itaú ficou com 4.072 pontos.
Com R$ 851,3 bilhões em ativos, o Itaú ainda está na frente do Bradesco com a vantagem de quase R$ 90 bilhões. Mas essa diferença já foi maior. Levantamento da Economática mostra que o total de ativos do Itaú ficou 11,79% superior àquele do Bradesco. No quarto trimestre de 2008, ano da fusão entre Itaú e Unibanco, a distância era bem maior, de 39,24%.
Envolto em uma fusão monstruosa, o Itaú acabou abrindo espaço para o concorrente pisar mais fundo na liberação de empréstimos e financiamentos. A carteira de crédito do Bradesco cresceu 60,6% de 2008 a 2011, chegando a R$ 345,7 bilhões, enquanto a do Itaú avançou 46%, para R$ 397 bilhões. “Isso tem a ver com o fato de uma integração gerar sobreposição de clientela, sendo que o limite de crédito permanece o mesmo. Além disso, ao cuidar de uma grande fusão, o Itaú ficou meio distra ído”, disse Mario Pierry, analista do Deustche Bank.
Não foi só em crédito que o Bradesco acelerou mais que o Itaú. A carteira de t ítulos e valores mobiliários do Bradesco dobrou de 2008 a 2011, para R$ 265,7 bilhões e foi um dos itens do ativo que mais cresceu em 2011, com avanço de 24,4%. No Itaú a carteira de TVM foi de R$ 138,4 bilhões para R$ 187,9 bilhões de 2008 a 2011, com avanço mais modesto de 35% no mesmo per íodo.
Agora, com a integração entre os bancos conclu ída, a expectativa é que o Itaú volte a galgar mais passos de distância da concorrência no que diz respeito ao crédito.
O Itaú já anunciou que sua estratégia é por concentrar sua atuação em cidades que tenham, no m ínimo, 50 mil habitantes. Enquanto isso, o Bradesco acelerou de forma inédita a abertura de agências em munic ípios dos mais variados portes em 2011, optando pela capilaridade via crescimento orgânico.
Depois de perder para o Banco do Brasil no ano passado a rede de atendimento dos Correios – o chamado Banco Postal -, o Bradesco disparou na abertura de agência para repor os 6.233 pontos de atendimento que perdeu de uma só vez. Só em agências, foram 1.003 inaugurações, o que custou R$ 890 milhões.
Mas a estratégia agressiva de crescimento do Bradesco não vem livre de custos. Os gastos operacionais do banco somaram R$ 6,822 bilhões no quarto trimestre do ano passado, com expansão de 17,8% contra o quarto trimestre de 2010. Em 12 meses, foram R$ 24,467 bilhões, crescimento de 17,4% em relação a 2010.
Além da abertura de mais de mil agência em um ano, o Bradesco contratou 9,5 mil funcionários. Os gastos mais parrudos têm levantado questionamentos por parte dos investidores.
No Itaú, por outro lado, a ordem é cortar custos. O banco lançou um programa para chegar a 2013 com umíndice de eficiência de 41%. No quarto trimestre de 2011, o indicador estava em 47,3%, já 4,6 pontos percentuais abaixo do n ível de um ano antes. Quanto menor esseíndice, melhor para uma instituição financeira.
Fonte: Valor Econômico
Bradesco acelera o crédito e encurta distância para o Itaú Unibanco
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