Pauta de reivindicações dos bancários já está com os bancos, e primeira negociação já é no dia 28

A pauta de reivindicações da categoria bancária -; aprovada no domingo 10, na 20ª Conferência Nacional dos Bancários -; já está com os bancos. O documento foi entregue pelo Comando Nacional dos Bancários -; que representa a categoria na mesa de negociação -; à Fenaban (federação dos bancos), o sindicato patronal, por volta do meio-dia desta quarta-feira 13. Bancários e banqueiros já acertaram a data da primeira rodada de negociação: será dia 28, pela manhã.

A reunião foi precedida pelo lançamento, nas ruas, da Campanha Nacional Unificada dos Bancários 2018, com um ato lúdico a poucos metros da sede da Fenaban, no Largo da Batata, em Pinheiros.

Este ano, a Campanha tem como mote: Todos por direitos! Será a primeira a ser realizada após a vigência da lei trabalhista de Temer e seus aliados no Congresso Nacional.

Outra preocupação é garantir o princ ípio da ultratividade, que foi extinto pela nova lei. A ultratividade determinava que um acordo continuasse valendo até a assinatura do próximo. A CCT dos bancários tem validade até 31 de agosto, um dia antes da data base da categoria. “;A Reforma trabalhista trouxe uma série de malef ícios para os trabalhadores, e para nós bancários que possu ímos um dos melhores acordos do pa ís o fim da ultratividade representa a possibilidade de altos riscos. Por isso, apresentamos aos bancos a proposta de um pré-acordo para assegurar todos os direitos previstos na nossa Convenção até que se encerrem as negociações com a assinatura de uma nova “;, comenta o Presidente do SindBan, José Antônio Fernandes Paiva.

Na 20ª Conferência dos dirigentes mostraram que a preocupação de todos é de garantir a validade da CCT, e que ela seja válida para todos os bancários, independentemente, da remuneração. Essa alusão é a figura do empregado hipersuficiente, outro ponto nocivo criado pela nova lei: aqueles que têm remuneração acima de duas vezes o teto de benef ícios do INSS, que hoje corresponderia a R$ 11.291, poderia estabelecer acordos direto com o patrão e não estariam garantidos pela CCT.

Paiva reforça que os bancos, que têm lucros cada vez maiores, podem atender às reivindicações da categoria. “;Apenas nos primeiros três meses deste ano, os cinco maiores bancos [Itaú, Bradesco e Santander, BB e Caixa] já lucraram R$ 20,6 bi, aumento de 20,4% na comparação com o primeiro trimestre de 2017. E no ano passado, os lucros desses cinco bancos cresceram 33,5% em relação a 2016. E isso mesmo em uma das piores crises econômicas no pa ís. Ou seja, eles têm todas as condições de atender nossa pauta e de valorizar os trabalhadores que constroem esse lucro. “;

Emprego é outra prioridade

A presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, também reforçou a preocupação dos bancários com a manutenção dos empregos. “;Em 2016, fechamos um acordo de dois anos, e de lá para cá, os bancos já eliminaram mais de 40 mil postos de trabalho. Por isso, para nós, emprego é algo central. “;

A dirigente, também coordenadora do Comando, fez ainda um paralelo entre o empobrecimento da população e os lucros crescentes dos bancos. “;A gente vê cada vez mais pessoas morando nas ruas, fam ílias dormindo nas ruas. Por outro lado, os lucros dos bancos aumentam 34% (de 2016 a 2017). Então, a contribuição dos bancos para sociedade com a criação de empregos no pa ís é fundamental. A miséria crescente não é boa para ninguém “;, destacou.

BB e Caixa

O Comando Nacional dos Bancários também entregou as pautas de reivindicações espec íficas do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, às respectivas diretorias dos bancos (fotos acima).

A defesa dos bancos públicos, que estão sendo desmontados e preparados para a privatização pelo governo Temer, é outra prioridade da Campanha 2018.

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